FRANCISCO WAGNER RIBEIRO CABRAL
Último dia do mês de novembro de 1941, domingo, em Santanopóles, hoje Santana do Cariri, nascia eu, Francisco Wagner Ribeiro Cabral, filho do casal Joel Waldemar Ribeiro (policial militar) e Maria Cabral Ribeiro (de prenda doméstica). Saudosas memórias.
Na época, Joel era delegado de Araripe, e tinha como amigo e compadre, também saudoso memória o tabelião Raimundo Elesbão.
Dessa amizade aflorou o meu registro de nascimento naquela cidade que pouco conheço, porém, certamente, aconchegante e hospitaleira cidadezinha localizada na encosta, lado oeste da Chapada do Araripe.
Permaneci sob a guarda e responsabilidade de meus avôs maternos João Cabral de Cruz e Laura Cabral Linard até os meus dez anos de idade, pois foi ali onde dei os primeiros passos e aprendi as primeiras letras do alfabeto através da saudosa Dona Xata, única professora do lugar.
Três ou quatro anos depois do falecimento do meu avô João Cabral da Cruz, ou seja, no início de 1951 vim residir em Juazeiro do Norte com os meus progenitores, mais precisamente na Rua São Luiz, nº 412, donde guardo boas recordações.
Naquele ano fui matriculado no Ginásio Salesiano São João Bosco onde cursei o primário e depois me transferir para a Escola Técnica de Comércio, conhecida como Escola de Doutor Geraldo, onde fiz o básico. O diploma desse curso outorgava aos seus concludentes o título de “Auxiliar de Escritório” com registro no MEC, e equivalia ao curso ginasial, da época.
Deixei aquela escola e fui fazer o primeiro cientifico no Colégio Diocesano do Crato, e no término do curso, voltei para a Escola Técnica de Comércio Dr. Diniz, tendo ali concluído o curso de técnico de contabilidade, curso profissionalizante, hoje, extinto.
A escola era uma ramificação da Sociedade Padre Cícero e ali exerci o cargo de contador e orador oficial.
Mesmo antes de terminar o curso de contabilidade fui trabalhar, forma de estágio, no escritório do renomado contabilista Miguel Aquin Pinheiro, amigo incondicional de quem guardo boas lembranças, pois há muito não está mais no meio do nosso convívio, deixando em aberto grande lacuna.
Concluído o meu curso, e contando com parco conhecimento técnico contábil fui assumir a contabilidade da filial de Indústria Coelho sediada em Salgueiro, Estado de Pernambuco. Mais tarde fui transferido para a matriz em Petrolina, do mesmo Estado, onde permaneci pouco tempo, indo para o maravilhoso Rio de Janeiro, onde trabalhei na contabilidade de empresas comerciais e engenharia civil, e daí aflorou o mérito maior, não me esqueci de continuar estudando, ingressando no curso de Direito na Faculdade Brasileira de Ciência Jurídica, da SUESC – Sociedade Unidade de Ensino Superior e Cultura, e empós concluído exerci a profissão por alguns anos na área criminal, até voltar a Juazeiro do Norte, cidade que considero como a terra de minha segunda origem pelos longos e longos anos de vivencia.
Aqui continuo exercendo o ramo advocatício, com austeridade e sensatez na defesa de humildes e injustiçados.
Na qualidade de advogado simples, humilde e perseverante, na minha trajetória, só tenho que agradecer a Deus, meus pais e a todos que contribuíram e continuam contribuindo para o meu engrandecimento e realização profissional.
LIVROS DO AUTOR:
Nos idos de 1871, começa a história de um padre que no natal daquele ano, celebrava a santa missa do ”galo”, no então povoado denominado de Tabuleiro Grande, Distrito do Crato.
A missa foi um sucesso. O Mestre Simeão Correia de Macedo sentiu-se orgulhoso por ter sido ele o autor do convite para a celebração da santa missa.
Os moradores do lugar se sentiram empolgados com a presença e postura do Padre Cícero Romão Batista, como igual sentia a necessidade de ter um guia espiritual, aflorando a esperança de sua volta.
Quase quatro meses depois retorna com a família e a bagagem para fixar residência, estava plantada a semente que ia germinar sua saga.
Em sua trajetória foi adjetivado de: o Levita, o Santo Milagreiro do Nordeste, o Patriarca do Sertão, o Pacificador e tantos outros causando ciumeira em padres e leigos.
A guerra fria estava declarada e até aqui interminável diante da incoerência e bestialidade de seus inimigos gratuitos que não floresceram e faz questão de não deixar dormir em paz o sono eterno.
Largamente reconhecido como um “santo padre”, advindo de uma época onde a poeira do tempo não baixou. Inegável, nasceu dotado e uma consciência social sem fugir do objetivo fundamental, ajustar almas e adequar aos ditames de sua formação cristã e eclesiástica.
Seu sonho é composto daqueles que seguiam os ensinamentos bíblicos e outros não, ou seja, uns por Deus e outros pelo Diabo.
O cotidiano do padre era compor parcerias para os infiéis de se tornarem autênticos fiéis. Se não é santo, como verdadeiramente não é pelo menos aceitaram como um super-vigário que o povoado tanto sonhou.
Cícero Romão Batista, sacerdote católico veio ao mundo com a missão precípua de escoltar fieis libertos para se juntar na Igreja aos libertados seguidores de Cristo.
A fixação de sua residência se deu no dia 11 de abril de 1872, e com o passar do tempo, cajado na mão bíblia na outra ia transformando linhas imaginárias em realidade.
Daquela data decorreu tempo igual há trinta e nove anos, três meses e onze dias. As lutas e os movimentos em prol da emancipação da Vila de Tabuleiro Grandes se tornaram realidade, no dia 22 de julho de 1911 através da Lei nº 1.028, se operou a metamorfose sonhada, aquele rincão de tanto prosperar, se transformou num Juazeiro frondoso, hospitaleiro e promissor, batizado e aclamado como nossa Juazeiro do Norte.
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